Data: 29-12-2012

De: Zé Ferreira

Assunto: Novo Ano

Companheiros,
Mais um ano que chega ao fim.
Para muitos de nós com a mágoa de quem olha para o que trabalhou, lutou e ainda luta para poder ter uma vida digna, poder deixar aos seus descendentes a esperança de dias melhores que aqueles que passamos e constatar, que hoje, esse desejo, mais não é que uma quimera.
Perante os arautos da desgraça teremos certamente uma vantagem: passámos já por tempos de provação e, não obstante velhotes, com o caruncho dos anos e noites dormidas ao relento chuvoso de Angola, ainda nos acalenta o espírito de resistência que animou a nossa juventude e se mantém viva na nossa memória vivencial.
Esse é certamente o activo mais precioso que possuímos e, estou certo, tentaremos manter mesmo perante as adversidades presentes.
Desejo portanto aproveitar esta oportunidade para vos confirmar a minha revolta pelo estado em que este país se encontra, pelo menosprezo de quem governa, para os que como nós lutaram e labutaram pelo país e hoje, na maioria dos casos, depende duma reforma -hoje paga como uma esmola- como única fonte de subsistência, recorrentemente ameaçada de redução, para equilíbrio de orçamentos governativos.
Desejo igualmente confirmar-vos que tenho esperança que com a demonstração do nosso protesto e indignação iremos incrementar a massa crítica suficiente para mudar o estado actual das coisas. Há que estarmos unidos no objectivo de criar um Portugal onde valha a pena viver, em especial para os nossos descendentes.
Comecemos por nós Lidadores. Dar apoio, nem que seja moral, aos que dele necessitem é um imperativo de camaradagem.
Um abraço a todos, em especial aos que, circunstancialmente, estejam doentes.
Zé Ferreira

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